Como lidar com a síndrome do impostor
A autossabotagem é um comportamento que atinge muitas pessoas dentro de suas organizações. Mas duvidar de si mesmo pode atrapalhar seus negócios. Saiba como evitar que isso aconteça!
Muitos líderes se autossabotam, procurando defeitos e duvidando de suas merecidas conquistas;
O nome disso é síndrome do impostor. Aprenda o que fazer caso se depare com o problema e não deixe que afete sua carreira.
Você já sentiu medo e frio na barriga antes de uma reunião importante? Talvez tenha medo de cometer um erro ou sinta que não merece sua atual posição, seus prêmios, suas notas ou seu sucesso. Você acredita que foi sorte, um favor ou algo além do seu trabalho duro, inteligência e perseverança. É possível até que não tenha a habilidade de aceitar um elogio ou reconhecimento por um trabalho bem feito.
A síndrome do impostor descreve um sentimento de dúvida sobre si próprio, causado por uma desvalorização de talentos ou qualificações que levam ao sucesso. Em outras palavras, é a ideia de que seu sucesso foi alcançado por sorte e não merecimento. A condição pode afetar muitas pessoas em algum ponto de suas vidas ou carreiras. Alguns estudos já encontraram conexões entre o desenvolvimento da síndrome do impostor e certas etnias e gêneros, entendendo a importância de lidar com o problema.
No meu trabalho com líderes, a síndrome do impostor aparece como um ponto cego. Eles, por exemplo, subestimam sua performance em apresentações ou assumem responsabilidade demais quando seus colegas não estão fazendo o suficiente. Depois do coaching, descobri que muitos desses líderes aprenderam a identificar e lidar com a síndrome do impostor de formas que permitem que eles prossigam com confiança.
Recentemente, fui coach de um líder que viu o anúncio de uma posição em sua empresa para a qual inicialmente achou ser qualificado, mas ao conversarmos, ele se convenceu de que na verdade não era. Ele estava duvidando de si mesmo porque esse novo emprego estaria duas posições acima da sua atual. No coaching, identificamos o que ele esperava dessa posição e discutimos sobre suas conquistas. No fim, ele ganhou a confiança necessária e decidiu se candidatar à vaga.
A síndrome do impostor, embora não seja um diagnóstico oficial no manual da Associação Psiquiátrica dos Estados Unidos, pode ter consequências reais e psicológicas na carreira de alguém. Alguns desses efeitos incluem depressão, ansiedade e baixa autoconfiança.
Descobri que isso também te impede de alcançar seu potencial completo, de ir atrás de um emprego para o qual você não se sente qualificado ou de ser um líder engajado e autêntico. Mesmo com as diversas evidências de que eles merecem a vaga, já observei vários líderes que não conseguem escapar do medo internalizado de que eles estão “fingindo.”
Então como é possível superar esse sentimento de fraude? A partir da leitura do livro “O Poder do Hábito” (de Charles Duhigg, ed. Objetiva), desenvolvi métodos que ajudam aqueles que sofrem da síndrome do impostor.
Diário
Escreva uma lista de suas conquistas, prêmios e realizações e também anote como e por que você alcançou esse sucesso. Descobri que pequenas anotações são muito efetivas, especialmente quando colocadas em lugares vistos regularmente (por exemplo, no espelho do banheiro, no monitor do computador ou para onde você olha quando aquela dúvida vem).
Vocalize
Compartilhe suas experiências a respeito da síndrome do impostor, seja com um coach ou com um grupo de colegas de confiança. Coloque ênfase no seu sucesso e tome posse de suas conquistas. Pratique o ato de contar sobre essas conquistas com confiança e conforto. Se seu time ou você mesmo perceber que está diminuindo suas realizações, tente falar sobre seus sucessos e como você os alcançou, de forma confiante e articulada.
Desafie
Todos cometem erros. Na minha experiência, muitos líderes (senão todos) provavelmente sentem ansiedade ou medo de falhar quando começando um novo projeto ou em uma nova posição. Gentilmente, desafie seu pensamento quando você correlacionar esses sentimentos ou erros naturais com o fracasso. Fale com você mesmo como você falaria com ums criança ou um amigo próximo. Geralmente, somos mais gentis com os outros do que com nós mesmos. Praticar um contra-argumento das suas mais duras autocríticas pode levar a um entendimento do fracasso como uma experiência de aprendizado em vez de uma reflexão do seu valor.
Quebre o ciclo
Identifique os sinais e situações que fazem você se sentir um impostor. Depois, procure informações que contradigam essa sensação. Quebrar o ciclo de pensamentos negativos é essencial, na minha experiência, para achar e desafiar esse julgamentos negativos.
Por exemplo, quando você pensa no que conquistou ou por que você não merece o que conquistou, veja sua lista de realizações e relembre porque você merece o que tem e que trabalhou tanto para conseguir. Você não foi somente “sortudo” e não estava “no local certo, na hora certa.” Se você não tem uma lista de conquistas ainda, comece agora. Essa lista é um documento vivo, e você pode adicionar elementos a ela para reforçar caminhos positivos e criar hábito de autoconfiança. Peça a colegas e amigos que percebam e te avisem quando você não quebra esse ciclo, para que você possa ajustar a maneira a qual você fala de si mesmo e de suas conquistas.
Sonhe alto
Faça um brainstorm de coisas que você quer conquistar. Identificar seus objetivos e os medos que te seguram pode ser um exercício poderoso. Ao sonhar, foque no mais confortável para começar. Pode ser um objetivo rápido (que será alcançado em um dia ou uma semana), uma “maratona” (um objetivo que pode ser alcançado em um ano) ou um objetivo “corrida cross country” (aquele que é alcançado em cinco anos ou mais). Seja realista e encontre um equilíbrio entre esses tipos de objetivo. Isso permite que você foque nos seus sonhos do presente e do futuro. Sempre que alcançar um objetivo, lembre-se de adicioná-lo à sua lista de conquistas.
Fonte: https://forbes.uol.com.br/carreira/2019/07/como-lidar-com-a-sindrome-do-impostor/